Única mulher a comandar os destinos políticos do Reino Unido, Margaret Thatcher usou a moda para forjar a sua imagem num mundo dominado por homens.
Admirada por uns, odiada por outros, Margaret Thatcher, que foi descrita, pelo ex-Presidente francês François Mitterrand como tendo «os lábios de Marilyn Monroe e os olhos de Calígula», criou um estilo que misturou vestir-se para o poder com feminilidade.
A sua peça de referência era a famosa carteira que gerou medo nos corações de ministros, mas os fatos de saia em azul e com ombreiras, as pérolas e o seu cabelo tornaram-se icónicos.
Não foi, por isso, uma surpresa ver Anya Hindmarch, a designer de acessórios de moda da qual Thatcher era cliente, na lista de convidados do funeral da Dama de Ferro na Catedral de São Paulo.
Enquanto primeira mulher líder política no ocidente, Thatcher viu o seu visual mais escrutinado do que qualquer outro político antes dela. E as escolhas dela expressaram precisamente o ponto em que estava o feminismo nos anos 80, com as mulheres trabalhadoras a usarem sapatos de salto baixo e fatos clássicos que eram uma carapaça de proteção num mundo que era ainda muito masculino.
Com o seu próprio estilo e pouco dada a piadas, Margaret Thatcher poderia ter ignorado os comentários sobre como se vestia, sobretudo os que faziam troça dos laços e da sempre presente carteira. Porém, uma vez comentou com a reputada jornalista de moda Suzy Menkes que ser eleita para a Lista Internacional dos Mais Bem Vestidos em 1988 – enquanto modelo com influência da «elegância clássica» – foi «um dos melhores momentos da minha vida».