O canal online tem-se revelado um dos melhores destinos de compras para os amantes do luxo. Longe estão os dias em que, para ter um guarda-roupa distinto em marcas, era necessário assumir o estatuto de globetrotter. Graças à Internet, Diego Abba e Raffaele Giovine decidiram lançar a Italist, uma plataforma de comércio eletrónico que reúne – exclusivamente – produtos de designers e marcas italianas.
O website é «o primeiro mercado online totalmente dedicado a retalhistas multimarca de luxo italianos», apresenta o CEO Diego Abba à Racked. «O que estamos a tentar reproduzir, de certa forma, é a diversão de comprar em Itália. Podemos replicar essa experiência em casa», acrescenta.
Abba compara as boutiques italianas aos grandes armazéns como Neiman Marcus e Barney’s, na medida em que, também eles albergam um conjunto de marcas de luxo, vendendo apenas o melhor das melhores. Porém, a Neiman Marcus e a Barney’s, por exemplo, são reconhecidas como revendedoras em todo o mundo, com vários locais físicos e online que as colocam ao mesmo nível das grandes casas de moda a que possibilitam o acesso. As boutiques independentes, no entanto, vendem aos transeuntes das mais emblemáticas ruas, estando dependentes do tráfego dos pedestres. E é aqui que a Italist entra.
Vender online, vender melhor
«A sua particularidade é o facto de estar a ajudar estas boutiques a comercializarem melhor os seus produtos», aponta Tristan Pollock, da 500 Startups, acrescentando que «a Italist está a poporcionar alguma experiência nessa frente para que as boutiques sejam capazes de ganhar dinheiro».
A plataforma é uma espécie de repositório de boutiques italianas, incluindo vestuário high-end e acessórios, que opera num modelo semelhante à Farfetch e à Net-A-Porter. As boutiques italianas vendem os seus produtos através da plataforma da Italist e esta faz depois a distribuição em seu nome.
«Cuidamos de tudo», assegura Abba. O “tudo” inclui o recrutamento de boutiques, a coordenação da oferta de produtos, o processamento de pagamentos, a gestão do envio, o processo de devolução, a deteção de fraudes, o marketing, etc., sendo que, neste momento, a Italist já vende para 85 países.
E, afirma Abba, há um potencial de crescimento enorme neste mercado. «O mercado de luxo global vale cerca de 150 mil milhões de dólares [aproximadamente 131 mil milhões de euros] no que nós vendemos, que é vestuário e acessórios. Se incluirmos joias, relógios e beleza alcança os 300 mil milhões de dólares. E, de tudo isto, apenas 5 a 6% é transacionado online», acrescenta.
Já em janeiro de 2015, o portal TechCrunch revelou que a Italist tinha «crescido para o milhão de dólares em receitas, com mais de 70 boutiques agregadas na plataforma». O número de boutiques incluídas, desde então, subiu para 120.
Contudo, atualmente, apenas 22 boutiques estão listadas na Italist – muitas das quais nomes desconhecidos para estrangeiros – com uma seleção extra género “tudo em 1” que inclui as restantes lojas. O motivo? O website está em obras, para ser relançado em junho.
Uma questão de preço
No passado mês de abril, a Italist disponibilizou uma bolsa da Dolce & Gabbana por 1.434 euros. O mesmo modelo está disponível no website oficial da Dolce & Gabbana por 1.750 euros. Alguns consumidores puderem assim adquirir o artigo com um grande desconto.
«Elas têm uma relação direta com a casa», explica Abba sobre as boutiques italianas disponíveis na Italist. «E não passam por outros países onde há um importador, um distribuidor e depois há marcações de preços diferentes, dependendo do custo de execução do negócio para o retalhista», conclui.
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