O Metropolitan Museum of Art vai homenagear o criador Charles James, com uma exposição aberta ao público entre 8 de maio e 10 de agosto.
Segundo o MET, há muito mais para saber do criador anglo-americano. Embora tenha surgido na mesma altura que grandes nomes como Elsa Schiaparelli, Cristobal Balenciaga, Jean Cocteau e Christian Dior, Charles James era bastante mais controverso, segundo a curadora do museu, Jan Glier Reeder.
Um segmento chamado Hipster, no qual Reeder discute um vestido de 1946, que pertenceu a Millicent Rogers, explica que James era uma espécie de surrealista, desafiando as regras da construção de vestidos ao colocar o peso e o volume do tecido e na frente dos seus vestidos e usar «conceitos matemáticos para conceptualizar a forma escultural».
Segundo Reeder, ele estava «interessado no corpo da mulher como um receptáculo da reprodução», motivo pelo qual acentuava as ancas e a sua associação com a fertilidade feminina. Ele era «muito claramente erótico», acrescenta a curadora, e «as suas clientes devotas eram muito aventureiras».
A verdade é que, com esta abordagem quase científica da modelagem, Charles James criou vestidos de baile exuberantes e peças de alfaiataria irrepreensíveis, tendo redefinido as regras nos anos 50 com cortes complexos e diferentes misturas de materiais, do veludo à seda.
A exposição do MET vai reunir cerca de uma centena das criações mais notáveis de Charles James, juntamente com esboços e amostras de tecidos, no The New Costume Institute e nas galerias do primeiro andar do museu.